“A maioria dos
devedores alega estar desempregado, o que não isenta o responsável pelo
pagamento da pensão alimentícia”, afirma a juíza titular da 3ª Vara da Família,
Joseane
de Jesus Correa Bezerra. Há casos em que os homens abandonam o emprego para não
pagar a pensão e quem mais sofre com isso são os filhos e não as mães, como
imaginam muitos ex-maridos. A magistrada disse que durante o mutirão é
negociada entre as partes a melhor maneira para quitar o débito e garantir o
pagamento mensal da pensão.
Foi o que fizeram o
frentista Gleison da Silva e a promotora de vendas Geise Teixeira para garantir
os alimentos do filho de 8 anos, que mora com a mãe. O pai alegou estar
desempregado por isso deixou de depositar a pensão desde abril de 2012. Pelo
acordo firmado durante o mutirão desta segunda-feira (11), Gleison da Silva
quitará o débito em quatro parcelas mensais além de pagar o valor referente à
pensão do mês. Na mesma audiência também foram regulamentadas as visitas que o
frentista fará à criança a partir de agora. Caso ele não cumpra o acordo,
poderá ser decretada sua prisão por dívida. “Vou procurar participar mais da
vida do meu filho”, afirmou o frentista.
Classes sociais - A promotora de
Justiça Martha Helena Costa Ribeiro explicou que débitos de pensão alimentícia
ocorrem em todas as classes sociais e não apenas em famílias com dificuldade
financeira ou com pais desempregados. “Infelizmente, muitos ainda não estão
conscientes de que pagar a pensão é um dever dos pais para garantir a
manutenção dos seus filhos”, disse a promotora.
Para o promotor de
Justiça Carlos Henrique Rodrigues Vieira, mesmo sendo dada uma oportunidade
para que os devedores expliquem o porquê do atraso do pagamento e firmem acordo
para quitação do débito, houve pais que não compareceram às audiências. “Nesse caso,
não resta alternativa a não ser decretar a prisão do devedor”, afirmou o
representante do Ministério Público. Durante o mutirão, a juíza também decretou
a prisão de um pai que não compareceu à audiência e que já foi preso
anteriormente por não pagar a pensão da filha.
A força-tarefa para
a realização das audiências desta segunda-feira (11) reuniu, além da juíza,
dois promotores de Justiça, uma defensora pública, advogados das partes e
servidores da 3ª Vara da Família. O escritório-escola da Faculdade Santa
Terezinha-CEST, acompanhou, durante o mutirão, executantes de oito processos.
“Essa iniciativa da Justiça contribui para atender a prestação jurisdicional do
alimentando – crianças e adolescentes – e para desafogar o Judiciário, pois, em
regra, os pais que comparecem firmam acordo, garantindo o pagamento do débito e
resolvendo uma questão judicial”, disse a advogada do escritório-escola, Lisia
Maria Pereira.
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