O juiz Nelson Rego, titular da
Vara Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de São Luís,
apresentou, nesta semana, dados dos trabalhos realizados pela unidade no
atendimento à mulher vítima de violência e também de ações de prevenção a esse
tipo de crime. Em cinco anos, foram expedidas 5.971 sentenças de medidas
protetivas, como a proibição do agressor de se aproximação da vítima.
Com a
proposta de que não basta punir, a Vara da Mulher implantou o “Grupo Reflexivo”
que atende os agressores com ações socioeducativas realizadas por psicólogos e
assistentes sociais. Implantado em 2008, o grupo já atendeu 144 homens, dos
quais nenhum voltou a agredir a companheira ou ex-companheira.
“A não
reincidência dos participantes mostra a importância das atividades que buscam
interferir de forma preventiva nas relações conflituosas”, ressaltou Nelson
Rego. A participação dos agressores no programa de reeducação é prevista pela
Lei 11.340/2006, ficando o réu obrigado a participar dos encontros.
Por meio de pesquisa social realizada por amostragem, a partir de processos
iniciados em 2011, a equipe técnica da Vara da Mulher divulgou dados que
retratam o perfil das vítimas e dos agressores, que apresentam faixa etária
entre 26 e 34 anos. Os bairros do Turu, Anjo da Guarda, Anil e Vila Embratel
registram o maior número de denúncias.
Com relação
às mulheres agredidas foi constatado que 39% exerciam algum tipo de atividade
remunerada, mudando o panorama de dependência econômica da vítima como um dos
motivos para não haver a denúncia. O uso de drogas e de álcool também foi
mapeado, e o consumo de bebida alcoólica chegou a 37% entre os agressores. O
inconformismo com fim do relacionamento figura como uma das principais causas
que motivaram o ato violento, com 42% dos registros sendo de ex-companheiros.
Esta foi
quarta pesquisa social realizada pela Vara desde a sua criação, em março de
2008, e para o juiz, o levantamento serve para apontar rumos e direcionar as
políticas judiciárias a serem implementadas. “Precisamos conhecer quem é a
mulher vitimada e o homem agressor, para realizar trabalhos com foco nesses
perfis”, reforçou.
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