“Eu paguei por ter
apanhado. É o que os meus colegas dizem”, lamenta o operário José Raimundo
Ribeiro Pires.
Dia 15 de julho de 2011.
Policiais descem do carro em uma rua interditada ao tráfego por funcionários da
CAEMA, que estavam trabalhando no local. O carro de polícia tenta passar,
mas a rua não pode ser liberada e o
delegado Alberto Castelo Branco e dois investigadores decidem levar o operário
José Raimundo Ribeiro Pires da CAEMA, preso por desacato.
O operário Raimundo Pires
leva um chute de um policial. O outro policial saca uma arma ameaça dar uma
coronhada. O operário é posto no carro da polícia com muita violência. O
celular dele cai e é chutado para longe pelo delegado Castelo Branco.
Quase um ano e meio depois
do que aconteceu, nem o delegado O delegado, que responde ainda a outros dois processos na
ouvidoria da polícia por abuso de autoridade e nem os investigadores envolvidos no caso
receberam qualquer punição. Pelo contrário quem aparece como agressor é o funcionário
da CAEMA.
A sindicância diz que as
imagens “mostram o empenho dos investigadores de polícia, sob o olhar e auxílio
do delegado agredido em sua integridade física e atacado em sua autoridade” e
pede o arquivamento do caso.
A atual delegada Geral do
Maranhão, Maria Cristiana Menezes, que na época era da Corregedoria, é quem
assina o relatório.
“Os exames de corpo de
delito do Seu Pires não comprovaram nenhuma agressão, nenhuma lesão. A minha
preocupação é que a sociedade entenda que houve um ato de força proporcional,
moderado e necessário naquele momento”, sustenta a delegada, apesar de as
imagens contradizerem suas palavras.
Perguntada se seria normal
o fato de um dos policiais ter sacado a arma e apontado para o operário, a
delegada responde: “Nas imagens não consta isso. Consta que o policial – único
que está armado – segura a arma no coldre. Analisando as imagens, verificamos
que não houve arma apontada”. Nas imagens, é possível ver que o policial aponta
uma arma.
O caso também foi parar na
Justiça. O delegado abriu um processo contra o operário, se dizendo vítima de
agressão. Na versão de Alberto Castelo Branco, o operário teria jogado uma
mangueira nele. A Justiça determinou que o operário pagasse multa de R$ 200 e o
processo foi encerrado.
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