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Só no Maranhão: vitima paga agressor

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


“Eu paguei por ter apanhado. É o que os meus colegas dizem”, lamenta o operário José Raimundo Ribeiro Pires.

 As imagens de um espancamento praticado por um delegado e vários agentes da Polícia Civil de São Luis, datado do dia 15 de julho de 2011, bastante exploradas pelos telejornais, revistas e blogues do Maranhão foram parar no Fantástico da Rede Globo, desse domingo, dia 12 de dezembro de 2012 .
Dia 15 de julho de 2011. Policiais descem do carro em uma rua interditada ao tráfego por funcionários da CAEMA, que estavam trabalhando no local. O carro de polícia tenta passar, mas  a rua não pode ser liberada e o delegado Alberto Castelo Branco e dois investigadores decidem levar o operário José Raimundo Ribeiro Pires da CAEMA, preso por desacato.
O operário Raimundo Pires leva um chute de um policial. O outro policial saca uma arma ameaça dar uma coronhada. O operário é posto no carro da polícia com muita violência. O celular dele cai e é chutado para longe pelo delegado Castelo Branco.
Quase um ano e meio depois do que aconteceu, nem o delegado O delegado, que  responde ainda a outros dois processos na ouvidoria da polícia por abuso de autoridade  e nem os investigadores envolvidos no caso receberam qualquer punição. Pelo contrário quem aparece como agressor é o funcionário da CAEMA.
A sindicância diz que as imagens “mostram o empenho dos investigadores de polícia, sob o olhar e auxílio do delegado agredido em sua integridade física e atacado em sua autoridade” e pede o arquivamento do caso.
A atual delegada Geral do Maranhão, Maria Cristiana Menezes, que na época era da Corregedoria, é quem assina o relatório.
“Os exames de corpo de delito do Seu Pires não comprovaram nenhuma agressão, nenhuma lesão. A minha preocupação é que a sociedade entenda que houve um ato de força proporcional, moderado e necessário naquele momento”, sustenta a delegada, apesar de as imagens contradizerem suas palavras.
Perguntada se seria normal o fato de um dos policiais ter sacado a arma e apontado para o operário, a delegada responde: “Nas imagens não consta isso. Consta que o policial – único que está armado – segura a arma no coldre. Analisando as imagens, verificamos que não houve arma apontada”. Nas imagens, é possível ver que o policial aponta uma arma.
O caso também foi parar na Justiça. O delegado abriu um processo contra o operário, se dizendo vítima de agressão. Na versão de Alberto Castelo Branco, o operário teria jogado uma mangueira nele. A Justiça determinou que o operário pagasse multa de R$ 200 e o processo foi encerrado.

 

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